O trilho percorre a Ponta de S. Lourenço, península mais a Este da ilha da Madeira, batizada com o nome da caravela de João Gonçalves Zarco, um dos três descobridores da ilha da Madeira. Esta península é de origem vulcânica, na sua maioria basáltica, existindo também formações de sedimentos calcários. A Ponta de São Lourenço está classificada de reserva natural parcial e integra a rede europeia de sítios de importância comunitária – Rede Natura 2000.
Caracterização geral do percurso
Localização: Caniçal
Partida/Chegada: Baía d’Abra / Casa do Sardinha
Sentido: Ida e volta
Distância: 4,2 Km (+ 4,2 Km regresso)
Dificuldade: Médio
Duração: 2h
O trilho começa na Baia D’Abra, freguesia do Caniçal, que é o ponto até onde os carros e os autocarros chegam. Percorremos o percurso numa manhã, bem cedo, com alguma expectativa em relação às condições climatéricas. Apesar das previsões indicarem vento fraco e pouca probabilidade de chuva, havia sempre algum receio que uma mudança repentina do tempo pudesse estragar esta caminhada. Felizmente tal não se veio a verificar.
Eram já muitos os caminhantes que percorriam o trilho àquela hora. Fazendo parte da Rede Natura 2000 e localizado numa paisagem de elevada importância geológica, é um dos percursos mais visitados em toda a ilha pelos amantes desta actividade.
Ao longo do percurso ficamos maravilhados com as fabulosas paisagens da costa norte e sul da Ilha. É indescritível a sensação proporcionada pela apreciação da serenidade do mar do sul a contrastar com a agressividade do mar do norte.
Ao chegar ao fim do percurso, descansamos na casa do Sardinha, edifício de apoio aos vigilantes do Parque Natural da Madeira. Aqui existe mesas de merenda para quem quiser reforçar as energias. Logo abaixo da casa existe a vereda de acesso ao mar e á praia. Para quem quiser mergulhar nas águas do mar.
Do Cais da Sardinha ainda dá para subir por uns 10 minutos e ir até ao ponto mais alto da Ponta de São Lourenço, Pico da Ponta do Furado.
Apesar de ser uma subida um pouco íngreme, valeu bem a pena, pelo panorama a 360º com que fomos brindados lá em cima, quer para o ilhéu da Cevada e o ilhéu do Farol, quer para o trilho que ainda teríamos de percorrer no regresso. Longe no horizonte irrompem do imenso azul as ilhas Desertas a sul e a norte a “ilha dourada” do Porto Santo.
Após este momento único, descemos o monte para iniciarmos o caminho de retorno. Passámos ainda pelo cais do Sardinha, para logo depois iniciarmos a subida e encontrarmos o trilho já percorrido que nos levaria de regresso ao ponto de partida.
Pelo caminho, ao sabor do vento característico desta zona, podem ser apreciados lindíssimos exemplares de espécies únicas da fauna e flora da Região. Também existem formações rochosas muito curiosas, resultado da origem vulcânica da Ilha.
Durante todo o percurso, as paisagens amplas sobre a península são únicas, sendo possível no final do trajeto, visitar o Centro de Receção do IFCN e conhecer em pormenor as espécies naturais que habitam na Ponta de São Lourenço.
Recomendações importantes:
- Não saia fora do trilho nem se aproxime das falésias.
- Tenha ainda mais cuidado em dias de ventos fortes e condições atmosféricas adversas, pondere bem se estão reunidas todas as condições para a realização da caminhada.
- Sendo uma zona árida, sem sombra durante quase todo o percurso, use protector solar e proteja-se devidamente do sol.
- Levar alimentação e água.
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